Hoje conversaremos sobre as complicações da cirurgia bariátrica.
Você sabe quais são?
Sabemos que grande parte dos obesos temem a cirurgia, é normal. Mesmo porque, sempre que alguém conta a um familiar ou amigo que vai ser submetido a cirurgia bariátrica, não faltam pessoas a contar histórias de conhecidos que se submeteram a cirurgia e tiveram complicações.
Claro, em todas as cirurgias podem ocorrer complicações. Contudo, em virtude da experiência adquirida ao longo desses anos todos de cirurgia bariátrica e em virtude da modernização dos equipamentos utilizados na cirurgia e do preparo pós-operatório, as complicações diminuíram bastante nos últimos anos. Pode-se afirmar, inclusive, que a letalidade (chance de morte) de uma cirurgia bariátrica, hoje gira em torno de apenas 0,17%, sendo muito inferior a maior parte das cirurgias. Além disso, não podemos nos esquecer dos riscos que a obesidade e suas doenças associadas possuem, como infartos, acidentes vasculares cerebrais e complicações do Diabetes mellitus.
Das complicações do período pré-operatório, (período intra-operatório e dos dias subsequentes) vamos salientar as três mais importantes:
Sangramentos
Como o estômago, órgão que será grampeado na cirurgia, recebe muitos vasos sanguíneos, existe o risco de sangramento, tanto para dentro do estômago, como para dentro do abdome (na parte de fora da linha de grampeamento).
A utilização de material de grampeamento adequado para cada parte do estômago, a inspeção rigorosa da linha de grampo e o reforço com costura encobrindo a linha de grampos ajuda a reduzir a chance dessa complicação. Na maior parte das vezes, o sangramento cessa espontaneamente, sendo bastante rara a necessidade de cirurgia e mesmo de transfusão de sangue.
Fístulas
O período de maior risco é entre o quarto e sétimo dia de pós-operatório e é a complicação mais temida da cirurgia bariátrica, seja de Sleeve (manga gástrica), seja de Bypass.
Aparece quando ocorre uma falha da linha de grampo, provocando vazamento do conteúdo do estômago ou intestino para o interior do abdômen, gerando dores abdominais e caso não diagnosticado e corrigido em tempo, podendo levar a infecção generalizada.
Para reduzir o aparecimento das fístulas, é necessária uma técnica cirúrgica atenciosa, costura de reforço no entorno dos locais grampeados e utilização de grampeadores modernos.
Trombose venosa profunda com embolia pulmonar
Ocorre quando a formação de um coágulo de sangue em uma veia das uma das pernas (trombose venosa profunda). Esse coágulo pode se desprender da perna e migrar até o uma veia do pulmão (embolia pulmonar). Para evitar que ocorra, é fundamental que o paciente caminhe o quanto antes, assim que chegar ao quarto. Além disso, a utilização de meias cirúrgicas e os anticoagulantes são fundamentais.
É importante, portanto, contar com profissionais qualificados, com vasta experiência nesse tipo de cirurgia. Além de, é claro, seguir as recomendações do seu médico à risca. Uma preparação bem-feita é uma ótima forma de manter as baixas taxas dessas complicações.
